19 jul Do EJA à terceira pós-graduação, porteiro muda rotina em faculdade: “De funcionário fui ser aluno”
São muitas as palavras que poderiam definir a trajetória profissional de Darlivan Caetano. Há dez anos, quando completara 54 anos de vida, Darlivan Caetano resolveu retomar os estudos após mais de três décadas longe da sala de aula.
Porteiro em uma universidade, o morador da Grande Vitória, no Espírito Santo, concluiu o ensino médio por meio da Educação de Jovens e Adultos, o EJA, e de lá para cá não saiu mais dos estudos.
Aos 64 anos, Darlivan Caetano foi do ensino básico ao superior, formando-se em Direito justamente na faculdade em que trabalha como porteiro. E, se não bastasse, ainda concluiu mais três pós-graduações.
“Eu busco muito a atualização e a leitura. O operador de direito que não lê e não se atualiza não vai ser bem sucedido. Eu tento estar sempre lendo e buscando informações. Gosto muito de pesquisa, acho super interessante o trabalho de pesquisa, não só no direito”, disse Darlivan Caetano à reportagem do Globo.com.
Depois de uma infância difícil e o envolvimento com drogas na adolescência, Darlivan seguiu o caminho do trabalho sem saber que ele o levaria, ou seria o próprio retorno aos estudos. O incentivo dos colegas e dos alunos da faculdade em que é porteiro foi fundamental para que conseguisse passar pela jornada dupla.
“Eu esperava dar meu horário de escala, saía correndo e já chegava rapidinho. Parece engraçado, mas é real. De funcionário, porteiro, fui ser aluno”, lembra.
Darlivan Caetano agora estuda para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e presta serviços de consultoria jurídica, mas continua seu trabalho como porteiro na faculdade que, além do sustento, o ofertou um desconto na mensalidade e, como ele mesmo exalta: o tornou aluno.